Texto escrito pela equipe da Clínica Espiral
Em nosso último texto abordamos o processo do psicodiagnóstico, explicando como ele é aplicado e descrevendo as principais ferramentas adotadas. Nesse novo texto buscaremos elucidar os motivos e as vantagens de se realizar esse processo.
Habitualmente o paciente chega ao consultório por conta própria, quando adulto, ou trazido por sua família no caso de criança ou adolescente. Queixas variadas revelam diversas formas de sofrimento. Normalmente essas queixas, que também chamamos de sinais ou sintomas, tem suas causas desconhecidas pelo paciente. Entretanto o paciente vitima de violência chega aos nossos consultórios trazendo uma vivência específica de dor e, a partir da mesma, busca compreender os sintomas decorrentes.
O psicodiagnóstico procura compreender o funcionamento psíquico do paciente, suas defesas, seus recursos internos, tanto intelectuais quanto emocionais e sua estrutura egóica. Esta avaliação traz também um panorama do funcionamento no ambiente externo e das dinâmicas de relacionamentos interpessoais. O psicodiagnóstico apresenta, portanto, uma fotografia do momento vivido, situa o paciente, sua problemática, seu prognóstico e indica o melhor caminho a ser seguido em cada caso.
Enquanto para adultos, o psicodiagnóstico se apresenta como uma ferramenta diferencial em casos mais graves, para crianças cuja linguagem é menos desenvolvida do que a do adulto, o uso de instrumentos de avaliação e a observação do brincar, tornam-se indispensáveis para que se possa tomar medidas mais efetivas e rápidas na retomada de seu crescimento.
Pais ou responsáveis são amplamente beneficiados com os resultados do psicodiagnóstico, uma vez que podem compreender sua participação na dinâmica familiar, bem como suas influencias no comportamento da criança. A partir dessa compreensão, podem ocorrer mudanças significativas tanto na criança quanto em seu ambiente familiar.
As informações levantadas pelo psicodiagnóstico, apresentadas à escola e aos profissionais que também estão trabalhando com a criança ou adolescente cria uma rede multidisciplinar de “cuidado”, capaz de impulsionar o processo do paciente em sua integralidade.
Uma rede multidisciplinar é composta habitualmente de profissionais de diversas áreas, tais como:
Fonoaudiólogos
Neurologistas
Fisioterapeutas
Pedagogos
Psicopedagogos
Pediatras
Psiquiatras
É importante salientar que há uma crença de que o psicodiagnóstico necessariamente levaria o paciente à terapia, entretanto, existem diversas possibilidades de encaminhamentos para cada caso. O psicodiagnóstico apontará quais atendimentos são prioritários para o melhor desenvolvimento do paciente, o que pode ou não incluir a terapia naquele momento. Por vezes são averiguadas outras necessidades, como por exemplo a mudança de escola, ingressar em atividades esportivas grupais ou artes marciais ou a participação em atividades artísticas como dança, teatro, música, entre outros.
Dessa forma, assim como na área da medicina em que o diagnóstico é fundamental para que o médico prescreva a medicação adequada, o psicodiagnóstico cumpre papel semelhante traçando o melhor caminho para a evolução de cada paciente.
Com isso encerramos o ciclo de textos introdutórios ao processo do psicodiagnóstico, em nosso próximo texto apresentaremos um estudo de caso que exemplificará todos os aspectos que foram abordados até agora.
Referências Bibliográficas
SANDERSON, Christiane. Abuso Sexual em Crianças – Fortalecendo pais e professores para proteger crianças contra abusos sexuais e a pedofilia. 1 ed. São Paulo: M. Books, 2005.